O individualismo e o consumismo são traços cada vez mais naturalizados em nossa sociedade. A lógica do “TER” em detrimento do “SER” é preceito fundamental na construção dos atuais padrões comportamentais. A passividade e a estranheza da dura realidade enfrentada por milhões de pessoas no mundo são reflexo dessa lógica.
Com relação à juventude, além da exploração da força de trabalho, das opressões de gênero, classe, cor da pele e orientação sexual, do legado da crise ambiental planetária que estamos vivenciando, os jovens ainda tem de conviver com as especificidades dos problemas característicos do segmento juvenil.
As referências impostas pelas mídias de massa nos apresentam um cenário irreal em que os jovens são vistos, na TV principalmente, com celulares da última moda, carros, tênis e relógio importados.
Será que nos lembramos que o tênis NIKE é feito com força de trabalho escravo infantil?! Isso não nos incomoda? É irrelevante?! O que dizer da utilização dos transgênicos?! E as letras das músicas, que depreciam a imagem da mulher, reforçando a lógica do machismo e a mercantilização do corpo?!
Atualmente, os Estados Unidos são responsáveis por cerca de 20% do consumo global. Se todo o mundo consumisse nessa mesma escala, seria preciso de pelo menos quatro vezes mais de recursos naturais.
Aqueles que se indignam com tais situações devem começar a ter no ato do Consumo uma postura mais questionadora, baseando-se no princípio da sustentabilidade e refletindo sobre as nossas reais necessidades, sendo solidários às lutas pela igualdade e superação das diversas formas de opressão.
Por Gabriel SilvaJuventude Terrazul
joaogabriel_s@hotmail.com
- - -
* Artigo publicado em Vozes de Gaia abril / 2008. (Inf. da Juventude Terrazul)
Nenhum comentário:
Postar um comentário