quinta-feira, 9 de outubro de 2008

“Cale a Boca e Consuma” *

A idéia do consumismo é imposta pela cultura dominante como algo “vital” para as relações juvenis em nossa sociedade e isso se dá através das construções políticas e econômicas que incentivam a atitude do “ter” para está de bem consigo, e com as outras pessoas. A mídia é um instrumento fortíssimo e muito rápido na disseminação da ideologia capitalista, logo consumista. Propagandas de Alimentos trangênicos como o ‘BigMac Feliz’ espalhados em todos os meios de comunicação utilizando a imagem da juventude, sempre com roupas da moda, cabelos lisos e loiros, magros e saudáveis, representando a padronização estética, alimentícia, cultural e consumista e incentivando os/as jovens a consumir esse produto.

A questão alimentar está cada vez mais preocupante na cultura globalizada, que é acelerada, intensa e sua produção está voltada para suplementos energéticos e vitais, trazendo em sua embalagem a promessa dos alimentos, cada vez mais, super vitaminados e práticos.

Freqüentemente o alvo do marketing publicitário tem sido os/as jovens por serem sujeitos a maior vulnerabilidade, pois vivenciam o processo de construção de personalidade. A utilização de ídolos nas propagandas, modelos e de espírito de festa são instrumentos fortes para levar a aprovação do/a jovem a um determinado produto.

Porém, apesar dessa vulnerabilidade etária, os/as jovens são sujeitos/as da história e podem se identificar com a luta cotidiana de sociedade e são passiveis de mudança de pensamento em relação à educação para o consumo.

O mercado é muito forte e com essa insistência de atingir especialmente esse ideal de juventude levam diversos jovens, principalmente da periferia, a sentirem-se excluídos por conta do modelo de jovem da mídia. Esse sentimento de exclusão faz com que eles desejem ter e ser um consumista levando-os, muitas vezes, a cometerem crimes para alcançar o ideal de consumo: Consumo, logo existo!

A insegurança alimentar é algo visivelmente presente na concepção juvenil de alimentação. São alimentos gordurosos, transgênicos, refrigerantes e etc... O que ilustra as condições alimentares precárias para uma vida de praticidade para a família e para eles próprios, tornando os/as jovens cada vez mais doentes, obesos, dependentes, anorexos/as... Tudo por conta de uma busca de identidade, cada vez mais influenciada pelo capitalismo que nos impõe uma condição de vida medíocre e insegura.

Uma educação para o consumo é extremamente importante para a transformação social e na relação do ter com o ser. Os/as jovens têm várias potencialidades para protagonizar essa mudança social e alimentar. Temos que lutar por uma soberania alimentar das juventudes e dos povos!

A luta pelo direito de ter um consumo saudável precisa ser pautada no movimento das juventudes e na juventude brasileira como um todo, pois temos o direito de saber onde foi fabricado, como e por quem... Precisamos saber se é necessário para a vida, se é ecologicamente correto e se é sustentável! São perguntas essenciais para termos uma soberania alimentar onde possamos escolher como devemos consumir, quando devemos consumir, e de quem devemos consumir. Sendo assim, uma luta que deve ser travada pelos movimentos sociais junto à sociedade em geral.


*Trecho da música Consumo da banda Plebe Rude.


Por Fernanda Rodrigues. Estudante de Pedagogia da UFC, Juventude Alternativa Terrazul , Coletivo de Jovens pelo Meio Ambiente - CE e REJUMA.

Um comentário:

Anônimo disse...

A companheira está corretíssima em relação ao tema.
Vivemos em uma sociedade consumista e que está a todo momento sendo manipulada pela mídia que mantém o jovem alienado e focado apenas no consumo. Daí surge uma seria de problemas sociais que conhecemos.
Parabens pela exposição feita aqui.