segunda-feira, 13 de julho de 2009

Temperatura pode subir cinco graus

Fonte: Diário do Nordeste 13/07/2009

O aquecimento global — fenômeno que vem provocando enchentes e secas, dentre outras mudanças climáticas em todo o Planeta — é uma questão urgente, porque seus efeitos têm repercussões na estrutura social e econômica da população mundial. As regiões semi-áridas do mundo serão as mais atingidas, como por exemplo, o Nordeste do País.

Caso sejam concretizados os prognósticos de aumento da temperatura global em dois graus, no semi-árido, a projeção, é de cinco graus. O alerta é de Esther Neuhaus, coordenadora do Fórum Brasileiro de Organizações Não-governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS), completando que esses prognósticos significam que irão ocorrer mais secas no semi-árido.

Mais de 80% do território cearense está localizado no semi-árido. Seguindo a análise de Esther Neuhause, é possível perceber que a elevação do clima na região terá um efeito dominó. Ou seja, escassez de água, dificuldade de produção de alimentos e aumento da migração das populações dessas áreas para os centros urbanos.

Considerando “inadequadas” as políticas públicas, questiona os modelos econômicos desenvolvidos pelos governos, inclusive o brasileiro, por não estarem em consonância com o problema das mudanças climáticas. “É uma incoerência o governo reduzir imposto para a compra de carro como forma de combater a crise financeira”, critica. Na sua opinião, existem instrumentos para combater os efeitos do aquecimento global, respeitando o direito ao desenvolvimento, priorizando o bem-estar da população e a inclusão social. A mudança da matriz energética é um deles, sugere, defendendo que a população precisa “fiscalizar e cobrar do poder público essas mudanças e questionar o modelo econômico”.

O tema foi discutido durante o seminário sobre “Mudanças Climáticas”, promovido pela Juventude Terrazul, encerrado sábado, às 13 horas, no auditório Murilo Aguiar da Assembléia Legislativa do Estado. Segundo Gabriela Barbosa Batista, presidente da Associação Terrazul, o objetivo do evento “é discutir as mudanças climáticas com a juventude”. Durante o evento, 50 jovens selecionados de universidades e de outros movimentos, debateram o tema. Trata-se de projeto financiado pelo Instituto Florestan Fernandes e o Fundo de Apoio para a Dinamização das Organizações Comunitárias de Base (FADOC).

O seminário constitui uma das atividades desenvolvidas pela Associação para divulgar a Conferência das Partes (CoP) da Convenção das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, que será realizada nos dias 17 e 18 de dezembro deste ano, em Copenhagen (Dinamarca). “Os trabalhos de divulgação da Conferência vão continuar até novembro”, diz. Nessa perspectiva, serão produzidos novos seminários, além de material de divulgação. Gabriela Barbosa Batista aposta em ações educativas desencadeadas pelas novas.

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