segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Cidadãos do mundo: univo-os!

Bem vindos "Cidadãos do Mundo". A frase do outdoor escrita em diversas línguas saudava os participantes que chegavam para a 9° edição do Fórum Social Mundial(FSM) em Belém, no Pará. Numa perspectiva global, o Fórum convidava a todos e a todas para deixar a cidadania nacional de lado e se unir a chamada por um outro mundo possível onde as fronteiras (linguísticas, físicas, culturais...) inexistem, prevalecendo a igualdade entre os povos ou ainda a soberania de cada povo.

Realizados entre os dias 27 de janeiro e 01 de fevereiro, em território amazônico, o FSM reuniu diversos grupos para debater os rumos de um planeta cuja crise não é apenas ecônomica, é também social e ambiental. Foram muitas expectativas para o evento que debateu os rumos do planeta.Mas tudo ficou apenas na expectativa.O outro mundo possível ficou para uma próxima vez.

O Fórum Amazônico foi marcado pela descentralização. Tendas divididas por temas fizeram com que a transversalidade temática, tal qual apregoado no paradigma holístico, não acontecesse. O FSM acabou virando mais um encontro das organizações que militam em prol de causa x ou y.

As lutas locais foram muito mais visíveis do que a própria luta global. Uma troca de experiências importante mas que não se configurou em um projeto maior. A idéia que se teve é que cada um queria gritar a sua luta, a sua ideologia, a sua palavra de ordem, enquanto a luta por um outro mundo se esvaia. Até o Sindicato dos Servidores Públicos de Fortaleza (Sindfort) esteve presente, distribuindo material contra a Prefeita de Fortaleza Luizianne Lins. O que se pretendia em uma escala global? Pensar local e agir globalmente - máxima tão enfaticamente repetida pelo movimento ambientalista - é uma das idéias que mais deve ser levada em conta para a mudança sistêmica almejada.

O Fórum também mostrou como a divisão da esquerda e o surgimento de um outro partido tem dividido também os movimentos sociais. A luta acaba sendo apenas contra o Governo Lula, pois parece não haver alternativas ou caminhos a serem seguidos em busca de um diálogo ou consenso com o governo. Aliás,Os movimentos não querem ouvir Lula. Boicotado na atividade dos Presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Rafael Correira (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e Evo Morales (Bolívia), acabou sendo ovacionado horas depois em outro evento em que participaram os mesmo presidentes já citados. Uma mostra da força de sua aprovação e de que o modelo de desenvolvimento empregado no seu governo, insustentável do ponto de vista ambiental, deverá eleger Dilma Rousseff.

Um outro mundo possível não deve aguardar o próximo Fórum. Faz-se urgente a mudança de paradigmas. Essa mudança se faz na tentativa de entender a idéia de cidadão do mundo, divulgada nos outdoors. Ou melhor, a idéia de cidadão planetária, uma denominação mais abragente e não tão ligada a dimensão froteiriça. Mais do que romper fronteiras, é preciso entender que tudo está interligado numa complexidade própria e que todos estão relacionados. Se o clima muda, são as mulheres,crianças e jovens é que vão sofrer no futuro. Isso se continuar o modelo opressor que predomina. Tudo vai depender de quando começaremos a mudança desse outro mundo que queremos.





Por Isa
belle Azevedo. Estudante de Jornalismo, atua na Juventude Alternativa Terrazul.



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