sexta-feira, 13 de março de 2009

Fórum Social Mundial e o Ecossocialismo

Os e as ecossocialistas sempre tiveram referências e se articularam no Fórum Social Mundial. Em 2003 através da oficina: A sustentabilidade pelo Ecossocialismo, promovida pelo CEA (RS) e Terrazul (CE) nasceu a Rede Brasileira de Ecossocialistas. É simbólico essa Rede nascer de um espaço como o Fórum Social Mundial (FSM), pois é nele que milhares de organizações, movimentos e lutadores e lutadoras sociais debatem, formulam e se articulam na luta por um outro mundo.

Embora o FSM -Fórum Social Mundial seja um espaço amplo, com grupos diferentes, estratégias diferentes, estamos lá por uma luta comum que é superar esse sistema que degrada, depreda, aliena, exclui e massacra os seres humanos e a natureza.

Nós, Ecossocialistas, acreditamos que um outro mundo é possível, mas que esse novo mundo deve ser sustentável, por isso é necessário colocar a luta ecológica no centro da estratégia da esquerda socialista. Esse outro mundo deve ser socialista sim, acabando à exploração do homem pelo homem e radicalizando a democracia, negando assim as tiranias burocráticas. Deve levar em consideração a defesa do meio ambiente, superando a exploração da natureza pelo capital e inaugurando relações fraternas entre os seres humanos com sigo mesmo e com os ecossistemas naturais. Deve mudar radicalmente a produção e o consumo voltados para os interesses do capital e inaugurar uma nova sociedade cujo o centro seja as reais necessidades humanas em harmonia com o meio ambiente.

E é desta junção (socialismo + movimento ecológico), amparada por novas formas de organização e luta, por uma nova consciência planetária ecológica, por uma ciência e tecnologia voltadas para a vida que nasceu o movimento ECOSSOCIALISTA. O Ecossocialismo baseia-se no socialismo democrático e nas práticas mais combativas de luta ambiental, como as efetivadas por Chico Mendes e seus companheiros e companheiras na Amazônia brasileira.

O sistema capitalista está a serviço de uma pequena elite mundial que busca se apropriar da vida, através de seus mecanismos de produção, reprodução, consumo, opressão e alienação. Pensar no ecossocialismo, e se articular em prol desta corrente de pensamento, é compreender que vivemos hoje uma crise ambiental planetária sem precedentes e que essa crise, juntamente com a crise econômica mundial, é produto do sistema capitalista que desenvolve cada vez mais mecanismos de destruição dos ecossistemas e da humanidade. Um dos elementos centrais desse processo são as mudanças climáticas que vêm afetado o planeta em escala crescente.

Por isso, não devemos nós enganar achando que medidas compensatórias ambientais, por mais importantes que sejam, resolverão o problema dos recursos naturais e da manutenção da vida no planeta. Muito menos achar que a esquerda pode construir o socialismo através dos mesmos padrões de produção e consumo utilizados por esse sistema mundial de mercadorias, sistema do descartável, onde o mais importante é produzir, pra gerar lucro, descartar e produzir novamente, transformando o planeta em um grande deposito de lixo, onde as conseqüências são trágicas, principalmente para as classes trabalhadoras, para as juventudes e futuras gerações.



Por Gabriela Barbosa Batista. Estudante de Tecnologia Ambiental Cefet, Presidente da Associação Alternativa Terrazul, REJUMA, Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente do Ceará e Coordenadora Nacional da Rede Brasileira de Ecossocialistas.


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